OLHAR
(Sócrates Di Lima)
Olho-te,
sobremaneira,
Vejo-te
Por inteira,
por de trás do teu olhar,
do teu sorriso oculto,
do teu falar silencioso,
escrito,
nos versos de poemas,
Nas entrelinhas,
descubro-te,
reconheço-te,
decifro-te.
E no pensamento,
desejo-te,
na imaginaçao,
devoro-te.
E nesse devorar bizarro,
feito fumaça de cigarro,
não deixo que disperse,
nem se perca no vácuo da vida.
Mantenho-te nos olhos,
no meu olhar infinito,
buscando ao longe,
a resposta incerta,
decifrável,
pela mente do poeta.
Olho-te,
mais uma vez...,
e nesse olhar figurante,
descubro com sensatez
Olhos de amante,
pelos quais me olha,
distante.