Divisória
Fora cravada ao chão
uma divisória reluzente.
Quem cravou-lhe foi
quem lê, aqui presente.
Entre lados ficaram atos
de uma sobrevida anterior;
Pelo meio de portas e retratos,
guardadas memórias com amor.
Entre lados ficarão futuros,
intactos, de prontidão e fulgor.
O desejo adornado,
em pacote de presente,
em divisória reluzente,
alguém cravou ao chão.
Foi-se o clímax ausente,
pelo entremeio da conclusão.
A pessoa aqui pendente
é a divisória em questão.
E do chão, ergue os pés.
E o peito, firme em riste.
Os olhos retilíneos ao fronte;
A vontade mestra, insiste.
Tudo o que é.
Tudo pela ponte.
A divisória ela é,
por onde borda
seu nome.