SEM ASAS PARA VOAR
(Sócrates Di Lima)
Arranquei-me as asas,
Nas minhas juras de amor eterno,
Desnudei-me em vestes rasas,
Para viver sozinho em meu castelo.
Quando voava pelos meus campos do meu mundo,
Entre flores e girassóis,
Era livre feito beija-flores em voos profundos
Nos caminhos dos meus sonhos aos Sois..
E la se foram os tempos do meu Norte
Dos amores loucos e selvagens,
Onde vivia
E hoje, apenas Eu, por opção.
Não há tristeza em meu olhar,
nem sombras no meu caminho,
Decidi sozinho caminhar,
Não há um amor no meu ninho.
E eu assim o fiz por querencia,
Perpetuando o meu ultimo amor,
A ultima mulher da minha vivência,
Mesmo que sem ela, não me abalo em dor.
Prometi a mim mesmo,
Não amar a mais ninguém,
Um amor de alma não morre a ermo,
Vai da vida muito mais além.
Nossos caminhos separados,
Desde lá atrás,
Nunca mais foram encontrados,
Mas aqui dentro ele jáz.
Perdi minhas asas por minha vontade,
E a vontade dela tambem,
Porque fui a vitima de mim mesmo,
Em não querer levar este amor para o além...
Mas de qualquer jeito ele vai...
Pois nenhuma outra tomará o seu lugar,
Ele da minha vida, só sai,
Quando não mais aqui morar.
E assim, sem asas me mantenho,
Porque assim eu quero,
Voar, vontade já não tenho,
Porque um novo amor, não mais espero.