A Marcha dos Desgovernados
Enquanto se ouve/
A velha música/
Distrair as pessoas na tv/
Com saudade de um tempo que passou/
Nobres, reis e um certo Clero/
Malcomunados/
Maquinam nas Câmaras, nas empreiteiras, nas lojas das cidades/
Nas mesas redondas de um dos poderes/
Acordos de uma pátria só/
Onde a principal lição/
Jamais começará pela educação/
Risos e gozos/
Vinhos e lenços/
Celebram não mais que a doce dor e miséria de um povo/
Pois não se precisa da escuridão/
Tão pouco de uma população em vigília/
Quando se tem omissão e ignorância nas veias/
E principalmente a ambição como opção/
O egoísmo vai além da vocação/
Pois quanto se morre com um traço de corrupção/
A proporção desmedida forja a ferida/
Que já não tem mais cura/
Nessa Democracia que eles, os oportunistas usam pra nos fazer sofrer/
Quem será mais vítima, eu ou você/
Vejo o povo seguir sem fé/
Feito zumbi na ideia/
De não haver mais forças/
Sobretudo a verdadeira liberdade/
Daquela igualdade/
Porque nessa idade/
Com tudo o que se vê/
Passa na cabeça que é bem melhor morrer/
Pois dos nossos direitos/
Dizem tantas coisas no papel/
Mas que não se pode acessar/
O homem, com toda tecnologia/
Toda civilidade/
Ainda se perde na cidade/
Como o lobo de si mesmo/
Se não tomarmos conta/
Nos perderemos para nunca mais nos encontrar/
Ainda precisamos persistir/
Antes que a dor se torne eterna/