Crepúsculo


Ao rés da noite desce a escuridão
e vem a esperança de sonhar contigo;
cerro os olhos e uma imagem oscilante
faz-me criança, presa de algum castigo.

Tua imagem vacila, vem e logo vai
Cercando-me as horas de amargura doce.
Busco tua voz e no silêncio ela se esvai
Vagueio perdida nas luzes que não trouxe.

Ronda-me um céu de estrelas que se apagam;
e feito cega me abstém desses teus olhos.
Tudo é.breu se as retinas te procuram.

Exausta, entrego ao sono uma esperança;
no sonho, outra vigília - uma quimera
entregar-me a esses braços que me curam.