Deserto (I)
Ninguém por perto
na imensidão...
Estendo a mão
neste deserto!
Ninguém me vê,
ninguém escuta
meu peito em luta;
ninguém me crê!
Em volta, areia;
silêncio, só...
Em volta, nada!
Em mim, o medo
e a sede intensa
não saciada...
Em mim, vazio...
Uma miragem
na paisagem,
meu desafio!
Em mim, deserto...
Ninguém por perto...
Ninguém conhece
minha tortura
e a sede pura
de achar em prece
uma razão
para viver!
E na ilusão
vou sem saber
e percorrer
a solidão
pra me esquecer!