Olhar para trás?
Olho para trás e vejo o sonho
e vejo a porta aberta;
vejo a luz que brilha no passado
e vejo um mundo inacabado...
Olho para trás e vejo a trilha,
as marcas que deixei, minhas pegadas;
eu vejo tudo e vejo o nada...
Olho para trás e vejo a mim
como se visse uma criança;
como se visse uma esperança...
Eu olho e vejo a vida...
Olho para trás e vejo o céu
e vejo o inferno do qual me desviei...
Eu vejo o que fiz e o que não fiz;
vejo que fui feliz
e que ainda o sou!
Eu olho para trás e vejo
que tudo já não importa mais...
Não importa olhar para trás!
Eu olho para o mundo à minha frente
e percebo que o que vi lá atrás
não é diferente...
E vejo que nada mudaria no que fiz;
se fui feliz ou não, pouco importa...
Não importa olhar para trás
porque ainda à minha frente
a dualidade persiste nos momentos:
Há guerra e paz!
Há dor e amor!
O sempre e o nunca mais!
Há riso ou estertor!
Deserto ou flor!
Há sonho ou medo...
O tarde e o cedo...
Mas não importa mais
porque cansei de olhar para trás!
O momento presente é o que importa...
Olhar para frente
porque o futuro
ainda que obscuro
é uma porta igual
àquela que deixei aberta
quando passei lá atrás...