Saudade Errante

Quem viveu pelo Sertão deserto
Ouviu de perto o murmurar da fome
Viu a sede ludibriar a morte
Viu quanto forte pode ser o homem.

Contudo quem não viu o Sertão de perto
Não viu decerto o natural pudor
Com que o cacto na mata cinzenta
A seca enfrenta oferecendo flor.

E aquele que tem alma sertaneja
Vê na peleja que o levou distante
Nada mais do que uma breve estrada
Pavimentada de saudade errante.
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 28/02/2018
Reeditado em 10/03/2018
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