Esquinas das Capitais

Quando a noite cai/

O excesso vem à tona/

A liberdade perdida flerta a cicuta/

Os bares abrem as portas/

Na desordem moral/

Senhoras e senhores invadem os palcos/

Mesas e fumaças sobem/

Lenços e bebidas derramam/

Erguem-se as torres/

Fala-se em gritos, ouvindo sons em dígitos/

Muitas solidões se acompanham/

E poucos se entendem/

No remanso dessa selva/

O deserto se alastra/

E o vazio é a marca/

Muitos como adolescentes buscam vencer seus mundos/

Ansiosos se perdem/

Então, como caçadores cobiçam peças de ouro fino/

Vestidos de seda e linho/

Quando não as conseguem/

Buscam sem saber/

Nos traçados desenhados dos corpos/

Nos cabelos pintados em cores/

Nas feridas expostas por pinces/

A dor essencial pra sua fuga, sua procura/

Mas que tal buscar só amor/