Cancelas

Claro que vejo a luz que entra nos meus porões
e os pássaros cativos que voaram,
asas de poema, em meu jardim
e não voltaram a pousar
nos galhos secos de minhas retinas...
Também percebo que as pétalas
são tão belas no altar do frescor das relvas...
Abro minhas cancelas e não me vês...
Sou viajor do tempo, descanso
meus tormentos no silêncio dos dias,
nas noites claras de perfumes,
de pétalas ofertadas ao lume...