_________________VALSA
Passos sempre em réquiem
em chão - pátria de ninguém -,
o corpo,
reboco da alma,
ah! Mórbida valsa!
Mesmo assim ela sonha varandas.
A luz fraca,
o corpo morno,
os pés descalços,
o cabelo solto...
sossegou a voz tagarela,
agora,
em transe,
valsa!
O amanhã não existe
- dentro dela -
não exalta a célula que será amanhã.
Não ainda!
Isso é banquete para depois,
na carne,
a inauguração dos vermes.
É sempre avesso,
estrangeira até a morte
- inamestrável -,
essência ácida em seu ensaio de gente!