Ainda estou aqui

Pode ser que demore a atender.

Quando o fim do livro deixa saudades.

Quando a noite cai e não revela os meus medos.

Quando a chuva vem e não traz paz.

Mas as lágrimas revelam a vontade de descobrir onde esqueci minhas sandálias.

Onde perdi o rastro do bem que um dia vi.

Se foram em devaneios ou em algo além do que ousei imaginar.

Ouço rumores do fim que há de vir.

Da vida que hei de herdar.

Do presente que estou a vivenciar.

E do ébrio versejar.

Retiro forças para lutar.

Viajando pelas ruínas de quem fui.

Encontro o meio e me perco antes do fim com frequência.

Estou onde as estações vem e vão sem deixar saudades.

E as janelas são espelhos de um mundo utópico.

O reflexo não do que vi e vivi até aqui.

Mas revelam a outra face do que tenho visto e vivido.