NUMA MANHÃ CHUVOSA

Numa manhã chuvosa

acordo de olhos dormentes

nenhuma luz luminosa

nem pássaros contentes.

O sol se esconde dormente

e nuvens negras no céu

derramam u´a chuva fluente

como uma amenta em fel.

Quis eu cantar, mas não pude,

pelo meu fado cruel,

pelo sonho que me ilude

sob aquele dossel.

Acreditei na doçura

como fosse um pote de mel

mas foi um mel de loucura,

porém no fim um troféu.

O rio arrasta a minha flor

com sua força e pujança,

mas mais forte é o amor,

para nos dar esperança.

E esperança eu tenho

mesmo em tempo de chuva,

pois esse meu desempenho

dá com um tapa de luva.

Olho para a tempestade

mas vejo o seu dominador,

que traz justiça e verdade

mesmo que nos cause dor.

Embora a manhã tão escura

que faz-me continuar a noite

numa mensagem obscura

faz-me sentir seu açoite.

Dure a noite o que tiver que durar,

mas quando chegar o alvor

que brilhe a luz mais solar

tanto quanto brilha o amor.

E no brilho de uma manhã

possa ele lembrar o teu sorriso

e a luz seja a cortezã

do teu corpo que eu preciso.

Me dei em palavras e versos

alheio ao tempo e espaço

perfurei muitos universos

só para te dar um abraço.

Voltei! Já é noite e chove,

pouco vi do sol, a claridade,

mas que seu calor não me reprove,

por minha incredulidade.

Só quero o fulgor deste dia

na orla da praia, o vento, a areia,

e dar uma grande alegria

para a minha linda sereia.

(YEHORAM HABIBI)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/01/2018
Código do texto: T6218109
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