O cálice transbordou

O Cálice transbordou

O coração acelerou

A mente se apagou

Os nervos que não são de aço se contorceram numa convulsão

Descontrole emocional

Tudo ficou escuro

Imagem distorcida

Por uns instantes se desencaixou do eixo da sã consciência

Ninguém é de ferro

E tudo que estava contido, preso e enjaulado...

Feito uma represa que chegou no seu limite de contenção

Se rompeu...

Explodiu em mil pedaços

As comportas arrebentaram

Estilhaços de sensações se espalharam

Virando poeira cósmica

Nunca mais voltará

Morreram neurônios

Sequelas surgirá

Consequências desse ato involuntário...

Mudanças de comportamento

Lições!

Lágrimas rolaram em enxurradas

O coração chorou em cascatas

Derramando pelos olhos, todo

Seu sofrer em lágrimas de vinho tinto de sangue

De alguém que passou muito tempo sendo forte

Vivendo no fio da navalha

Numa corda bambas de emoções

Não suportou mais

Derramando todo vinho do cálice

Entre soluços

A alma se esvaziou

Feito uma tsunami

Em ondas gigantescas

De emoções

Assim por alguns minutos

Tempo suficiente

Pra libertar

O que enjaulado estava

Mas o cálice da vida ficou

Manteve-se de pé

E o que partiu pra sempre, foi o vinho das emoções contidas

Ficará apenas deste vinho

A sombra

A mancha

A nódoa

Na toalha de renda branca da memória...

By Claudia Corrêa

28/12/17

Claudia Florindo Corrêa
Enviado por Claudia Florindo Corrêa em 30/12/2017
Código do texto: T6212849
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.