Silêncio do cerrado

Difícil empalhar o silêncio do cerrado

Desafinado, singular num “trans” feitio

Ruidoso e calmo, tácito entrelaçado

Arranhando o árido com fino assobio

Chorando no torto galho ressecado

Da inação do sertão de hábito gentio

E nesta tão apatia, rebusna o perfume

No olhar: calado, rumoroso, cheiroso

Que no mormaço é em alto volume

Na imaginação um tempo moroso

No horizonte um suntuoso cerume

E na surpresa, mesclado e glorioso...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Dezembro de 2017 - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 25/12/2017
Reeditado em 30/10/2019
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