DISSONÂNCIA

De tudo que aprendi

muito pouco importa,

pois a linha reta

às vezes é torta,

a natureza é linda

mesmo sendo morta.

O quadro na parede,

o corpo na rede,

nada mata a sede

do meu coração.

Corda de forca,

corda da viola,

imensidão, gaiola,

tocando a ilusão.

Meu olhar cansado

busca um verso novo,

num velho poema

porque me convém.

A canção norteia

o sangue na veia,

o desejo bateia

todo querer bem.

Flecha certeira,

tempo perdido,

ferida que sangra,

palavra que corta.

Nada faz sentido...

Nada mais me importa.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 22/12/2017
Código do texto: T6206026
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