DISSONÂNCIA
De tudo que aprendi
muito pouco importa,
pois a linha reta
às vezes é torta,
a natureza é linda
mesmo sendo morta.
O quadro na parede,
o corpo na rede,
nada mata a sede
do meu coração.
Corda de forca,
corda da viola,
imensidão, gaiola,
tocando a ilusão.
Meu olhar cansado
busca um verso novo,
num velho poema
porque me convém.
A canção norteia
o sangue na veia,
o desejo bateia
todo querer bem.
Flecha certeira,
tempo perdido,
ferida que sangra,
palavra que corta.
Nada faz sentido...
Nada mais me importa.
Saulo Campos - Itabira MG