PUNHAIS
No giro do girassol,
nas asas da borboleta,
na trovoada, na chuva,
na areia da ampulheta.
Em meio a um temporal,
na solidão da caneta,
traçando versos infames,
pra inundar de poesia
o teu redor, o teu leito,
e a imensa vida vadia.
Na tempestade de idéias
que traz sempre algo de novo,
na veia sempre pulsante
de sonhos que não resolvo.
Vou garimpando e vagando
entre o amor e o desengano,
espinho, faca de ponta,
palavra e verso tirano,
punhal que fere sem mira
minguando todos meus planos.
Saulo Campos - Itabira MG