Pássaros Azulados
Uma revoada agora me alembra
rodeia de vislumbres minha cabeça
são grandes pássaros azulados
não mais da cor da minha meia
tempinho bom pra vida inteira
um esconde-esconde pelo quarteirão
um futebol de botão
no estrelão de madeira
quem dera que o que tenho de amor
tivesse toda aquela pureza
sem querer que o vermelho da cor
fosse o mesmo da cor vermelha
pois o que era o azul daqueles pássaros
senão recortes no azul celeste
só um condimento pueril e fávaro
no azul do céu, negras silhuetas rupestres
por isso preciso de um bocado
mais que uma revoada
revoada e meia, da cor da inocência
para dar uma escapada desse mundo passarinheiro.