Plástico

Amor, vai-te com a onda suja do vazio

que lave e que leve seu corpo agora

que de leve e áspero flutua sozinho

num oceano frívolo de gente até a borda.

Por que pensas que é mais importante?

Que a alegria está nas rodas de gente?

se te agrada e nem sempre é o bastante;

se longe de um, sente-se sozinho sempre.

De enfeite, sentado, parece que é

uma porcaria de boneco de plástico

que nada sente, é sem coragem, sem fé

no que sente quando ama, o cáustico

No fogo que é sentir o que sente,

a paixão, o ódio, a saudade, o medo.

Esquece e destrói covardemente

teu coração frio de brinquedo.

Ou destrói e esquece essa sua imundície

que bate em falso, brinquedo imundo!

Destrói e esquece essa sua mesquice

que te esquece e destrói a cada segundo.

Ou joga fora teus olhos de vidro furreca

brinquedo que nada vê, total futilidade!

Te bota pra fora dessa casa de boneca

que te deixa pra fora do que é realidade

E cresça! Quando for homem de verdade.

Porque humano é sentir frio e calor,

ser a mudança em eterna continuidade

é derreter-se inteiro no que sente. Amor.

Lucas Häkkan
Enviado por Lucas Häkkan em 10/12/2017
Reeditado em 11/04/2018
Código do texto: T6195455
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