Sangue do Norte
Chuva Belém/
Como um sino/
Num vai e vem sem parar/
De vinte e oito minutos/
Num som de harmonia festeira/
Um marca passo nas telhas de barro/
Nas palhas de miriti/
Nas folhas da mata/
No corpo da raça/
Sem sair do lugar/
Encontro metro consonantal/
Lembrando os fogos de vista, do círio ao natal/
Bem como, o peculiar retrato do alarido assanhado dos periquitos no cume das mangueiras/
Esboçando aquele frenesi inebriante de vida festeira/
Mas que traz no conjunto musical/
A poesia, sob versos campesinos/
Que nina, embala e faz dormir na rede/
O corpo da alma guerreira/
Desse povo da terra/
Tupi Guarani/
Que vence no braço a corredeira dos rios/
Desse povo da terra/
Marajoará/
Que derruba o búfalo no laço/
Desse povo da terra/
Ainda Cabano/
Que luta nesse dia a dia por um espaço/
Sem nunca parar/
É a justa medida/
Do açaí com Tacacá/
Na força artesanal da sua história/
Assim é o sangue, que pulsa/
Assim é o Pará/