Selvagem.

Rio, 07.12.2017.

Selvagem.

Eu não vou pedir desculpas,

Essa tua pulga atrás da orelha

Não fede e nem cheira para mim.

Você já conhece as minhas boas

E as minhas más maneiras,

Não sou planta pra ficar inerte,

Enrraizada no teu jardim.

Eu sou feito cachoira, eu

Sou contínuo, me deixa fluir.

As vezes eu preciso enfrentar

As minhas tempestades,

Você não ia conseguir

Resitir ao me acompanhar.

Eu faço questão que você

fique bem à margem, a tua

Vida é paisagem que sempre me

Esforço para manter em paz.

Mas eu sou selvagem, te

Disse de verdade que me navegasse,

Mas que também cuidadesse

Para não me idealizar um cais.

Aqui nessa cidade, estou por

Toda a parte, você já sabia e disse

que queria mesmo eu sendo assim.

Eu não vou pedir desculpas,

Essa tua pulga atrás da orelha

Não fede e nem cheira para mim.

Clayton Marcio.