Plâncton
Escrevo como quem come flores.
Engolindo o sabor das pétalas,
absorvendo a aspereza do caule,
a clorofila das folhas.
Minhas letras são uma reflexão anímica,
um olhar por sobre as plantas,
uma visão orgânica.
Lenta e majestosa senda lírica.
Meu sentido é permeado
pelos quatro ventos siderais.
Meu olhar tem a contundência
de todas as pontas da estrela.
Minha visão é caótica e fractal:
enxergo as sementes por entre a árvore,
a criança nos olhos do velho,
a brincadeira em meio ao sério.
Não há aridez de solo em meu deserto.
Minha poesia se alimenta do plâncton
cozido nas noites eternas.
No verde está o meu mistério.
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