Piano
E tinha um copo de veneno em cima do piano;
O piano era velho abandonado a muitos anos;
Os anos que passaram sem que ninguém se desse conta;
Um senhor tocava com destreza tirando a ferrugem de suas cordas;
Uma melodia melancólica se repetia a cada nota;
A cada nota que tocava uma memória vinha a mente;
Teu passado passado conjugado em verbos mais que perfeitos;
A perfeição era ilusão que em seus pensamentos era recorrente.
O ritmo da melodia diminuiu lentamente;
E o copo de veneno continuou inerce;
O copo de veneno inerce em sua frente;
O copo de veneno em uma de suas mãos;
Enquanto a outra mão tocava meias notas de qualquer canção;
O copo de veneno próximo aos seus lábios ressecados;
Mãos que estavam trêmulas não tocavam mais a canção.
E tinha um copo de veneno em cima do piano
O copo agora vazio e um senhor sentado no banco, algo estava esperando
Se lembrando do copo de veneno em cima do piano.
Quem bebeu morreu
Foi tudo que aconteceu