Piano

E tinha um copo de veneno em cima do piano;

O piano era velho abandonado a muitos anos;

Os anos que passaram sem que ninguém se desse conta;

Um senhor tocava com destreza tirando a ferrugem de suas cordas;

Uma melodia melancólica se repetia a cada nota;

A cada nota que tocava uma memória vinha a mente;

Teu passado passado conjugado em verbos mais que perfeitos;

A perfeição era ilusão que em seus pensamentos era recorrente.

O ritmo da melodia diminuiu lentamente;

E o copo de veneno continuou inerce;

O copo de veneno inerce em sua frente;

O copo de veneno em uma de suas mãos;

Enquanto a outra mão tocava meias notas de qualquer canção;

O copo de veneno próximo aos seus lábios ressecados;

Mãos que estavam trêmulas não tocavam mais a canção.

E tinha um copo de veneno em cima do piano

O copo agora vazio e um senhor sentado no banco, algo estava esperando

Se lembrando do copo de veneno em cima do piano.

Quem bebeu morreu

Foi tudo que aconteceu

Regiane Abelha
Enviado por Regiane Abelha em 29/11/2017
Reeditado em 29/11/2017
Código do texto: T6185247
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