Moribundo
desfaleçem ao menor sopro do vento
caem sobre carros casas gente
tombam desafeitos a pensamento
olhos que despensam lentes
se esvai lentemente
o ultimo sopro de vida
não há quem não tente
reverter essa ida
é queda que inflama
a ultima chama
o ultimo grito
antes de adentrar o abismo
depois
depois nada mais adianta
todos os pedidos os caprichos
se esvaem como perdidos
mergulha no silêncio infinito
um grito apenas um grito
torcido na garganta
também se cansa
abandona o corpo
que ainda jaz na cama
ida irreversivel