Paz Noturna
Fujo das tardes claras
Pois me cegam os olhos
Impedindo que eu veja
O horizonte necessário
Embotando minhas vistas
Com seu ar quente
Calando a Natureza
No alarido das ruas
Incomodando meu corpo
Com seus raios ardentes
Que consomem minha força
E queimam minha calma
Mas a noite...
Ah! A noite!
Da noite não quero sair!
Pois é nela que vivo feliz
No escuro das ruas mortas
No silêncio de suas horas
No aconchego da lua cheia
No prazer de sua demora
Mas a noite, ò noite seminal!
Fujo das tardes claras
Como quem procura
No escuro das últimas horas
A paz de uma noite fresca