Presença
É gostoso quando partimos
Quando trazemos e ficamos
Entre conversas infindáveis
E a noite vai gelando os braços descobertos
A despedida não acontece nem se pensa
Só o vento frio e úmido expulsa ambos para casa
Aquele que mora mais distante
Na mesma rua silenciosa
É levado lentamente pela tranqüilidade
O frio acentua e os sonhos também
Como é bom sonhar com o possível
Mesmo sem promessa em palavras
Apenas nos gestos sem agonia
De uma imagem sincera e marcante
O que endossa uma valiosa presença
E quando isso acontece
Não partimos de fato
Senão com as mãos enfiadas nos bolsos
A pedir que o vento não pare de assobiar
Porque sua canção está alegre
E já começa a aquecer todo o corpo
Não só os braços...