Nuvens

Avisto densas nuvens, da janela,

passarem no céu, “prisioneiras”

do vento noroeste...

Nuvem!

O pintor a detém com pinceladas,

o poeta a encanta com seus versos,

o físico a explica

e o meteorologista a interpreta...

E eu?

Eu somente avisto nuvens da janela, indiferente,

e nem me importa seu destino – se seguem

ou deságuam sobre telhados cinzentos...

Só temo a tempestade interior

de idéias, sensações e sentimentos:

Que um raio me parta

se tudo isto é mesmo amor!

Da janela avisto nuvens indiferentes

e alheias ao meu furacão de saudade

que varre sonhos e lembranças

deixando atrás de si um rastro de vazio...

As nuvens passam livres

seguindo o vento noroeste,

mas às vezes param e me vêem...

E choram por mim – prisioneiro!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 20/10/2005
Código do texto: T61315