Da Semente ao ferro
Um dia/
Veio-me ao colo/
A palha/
Na calha d’ água/
Do nada/
Da mente/
Deixei cair/
E aí nasceu a flor/
Harmonizou a alma e a vida se paradisificou/
Pela força do trabalho/
Fui chamado ao mercado/
Procurei reclamando calado/
Mas empreguei-me/
Pensando nos bens/
Tornei-me capitalista/
Bem quisto/
Ambicioso e arrogante/
Tornei-me senhor/
Esqueci a flor/
Quando vi o brilho do metal/
De tempo ao tempo/
Como ser humano acabei/
Tornei-me escravo/
Consumista, perdi o coração/
Os olhos e a paixão/
A vida na cidade virou inferno/
E eu, enfim me perdi/
Me tornei o próprio desespero/