Poema 0160 - Amor ou nada
Quero os sorrisos de antes,
falar de amor, diga-me do seu amor,
mesmo quando não falamos de amor,
tem as metades de tudo que tenho,
tenho nada dos carinhos que espero...
Cala minha boca o amor que tenho,
que a paixão não seja apenas caminho,
uma metade ficou sua, a outra estou perdendo,
sufoco-a com o tanto que lhe quero,
até devolver outra metade... até nos perdermos...
Não sei usar a força do medo de perdê-la,
meus gritos não fazem som nos seus ouvidos,
a mulher que amo diz palavras que não entendo,
jamais pedi para ser amigo,
então, todos meus desejos ficam tristes...
Não estou pedindo para ir embora,
seu silêncio de amor me deixa sem respostas,
sem notar, está me expulsando e a minha paixão...
tenho medo, mas preciso me sentir feliz,
ainda que minha boca grite ''te amo'', estou saindo.
Deixou montes de saudades de outros dias,
palavras simples que se tornaram carinho no peito,
as músicas que ouvíamos, afastando a solidão,
era ao menos suportável a distância dos corpos,
voltamos milhares de vezes ao mesmo lugar e amamos.
Já não fazemos amor, algumas vezes apenas sexo,
esfria quando abrimos janelas e olhamos para fora...
enquanto escrevo, minhas palavras são saudades,
algumas coisas jamais vão da lembrança,
amor não morre... involuntária, você tenta matar.
Não serei o abrigo, não quero ser amigo,
sou amante ou nada, é minha ou nada,
meus beijos são de amantes, as mãos, os toques,
as invasões, os abraços, as palavras, a paixão,
sou amor ou nada, minha agora... ou nada...
07/02/2005