Cruel Ventania
A ventania passou pelo olhar da poetisa
Carregando o alfabeto inteiro pelo ar
Ela, perplexa, naquele triste dia
Nada escreveu, nada conseguiu falar.
O vento continuou o seu caminho
Uivando em seu som indescritível
Os lamentos que se ouvia após o vento
Eram de uma dor que enlouquecia.
Sem palavras, num mundo estarrecido
O coração mudo da poetisa
Não suportando da multidão o alarido
Entregou ao furacão sua poesia.
O monstro foi se abrandando
Entre os escombros as palavras foram brotando
Uma a uma.
A poetisa deitou-se entre elas
E dormiu
Pra sempre.
A ventania passou pelo olhar da poetisa
Carregando o alfabeto inteiro pelo ar
Ela, perplexa, naquele triste dia
Nada escreveu, nada conseguiu falar.
O vento continuou o seu caminho
Uivando em seu som indescritível
Os lamentos que se ouvia após o vento
Eram de uma dor que enlouquecia.
Sem palavras, num mundo estarrecido
O coração mudo da poetisa
Não suportando da multidão o alarido
Entregou ao furacão sua poesia.
O monstro foi se abrandando
Entre os escombros as palavras foram brotando
Uma a uma.
A poetisa deitou-se entre elas
E dormiu
Pra sempre.
Dolores Fender
20/09/2017
20/09/2017