Quando eu for velho

Quando eu for velho, se for velho e não me for,

ainda irei no fim viver intensamente,

mesmo se o corpo esmorecer de tão cansado;

A mente intensa há de querer frágeis lembranças

ainda quando me faltar massa cinzenta...

E embora velho e sem memória e sem vigor

verá, quem queira, por detrás do olhar distante

meu eu menino saltitando em poças d'água...

Quando eu for velho, se for velho e não me for

terei vencido tudo mais - estarei pronto!

E ao me livrar do velho corpo estarei rindo

das desventuras que hoje penso ter vivido...

Ah! velho tonto! É-me tão bom quando me ensinas

e me preparas ao futuro que eu te lego...

E se eu me for antes de ter envelhecido,

guarda meus sonhos junto aos teus! Depois eu pego...

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 19/10/2005
Código do texto: T61082