Executivo
Sai cedo do seu leito/
Se olha no espelho com respeito/
Veste-se sob o padrão/
Caminha pro seu carro/
Balança as chaves/
Da sua própria prisão/
Soberbo admira sua intenção/
Se julgando culto/
Fala sempre sim dos muitos nãos/
No trabalho não dispensa atenção/
Não traduz a sua competência/
Em efeitos benevolentes a população/
Sem perceber, dia a dia/
Vai se tornando um Senhor capital/
Escravo do bem material/
Chama de evolução/
Ser passageiro da cultura de Ambição/
Porque nessa selva, de fumaça, concreto e fogão/
O coração, quando não vira pedra é metal/
Pois moderno é falar e fazer o que pensa/
E o essencial é politizar a flexibilidade/
A idéia é produzir e aumentar os lucros/
Pra fazer do mundo o seu maior tesouro/