Na Contra Mão
Na Contra Mão
Quem Sou Eu...?
Sou palavra jogada ao vento...
Meu abrigo...
... Meu abrigo é o relento
Sou noite sem sono...
... Sonhos em tormento.
Sigo na direção do oposto.
Se me perco no itinerário
Outro logo invento.
Sou bússola sem ponteiro.
Pedra de gelo.
Ice Berg indissolúvel...
... Intransponível...!
Sou a luz, da cegueira.
A sombra, da escuridão.
Sou o breu, do túnel do tempo.
Tempo, que o tempo levou...
Sou nimbo, que não degela.
Chuva que a terra, não lavou
Da fome... Da fome sou o ronco.
Ronco das tripas que a barriga ecoou,
Sou a comida, que falta, na panela.
Frio da madrugada, que flagela.
Sou desenho abstrato, do seu retrato.
E do veneno, do veneno...
... O letal substrato.
_Adilson Tinoco_