TÓXICO


O frio afaga o rosto da manhã –
Silêncio 
A suturar meus lábios
Como fio de aço.
 
Escuridão
Que me digere a custo – fermento,
Peso
Em seu flácido abdômen monstruoso.
 
As horas marcham
Rumo a promessas de luz –
Suicidas eficazes.
Renuncio ao sono mais tóxico que o olhar.
 
Pálpebras represam rios avaros,
Portas de vidro
Convidando impaciências,
Olhos capturando espantos solúveis.
 
Rostos no café,
Notícias dum mundo prenhe
De ruínas,
Comentário subjugado –
 
Enrugado esgar de gárgula sarcástico.
Escuridão ainda a coagular
Humores –
Seria o antídoto à virtude?
 
Das profundezas não mais clamo.
 
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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 11/08/2017
Reeditado em 11/08/2017
Código do texto: T6080521
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