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Preparou desculpas feitas em
sonhos.
se acomodou no ato.
Para que o escutassem,
soluçou versos.
Mas palavras não falam,
não escutam.
se sente.
Toca fundo, enraíza,
lenta e maliciosa vai,
recitando, até que
se instala no mais íntimo.
E depois?
Depois morre na boca de quem
pronunciou. Se perde no ar
em questão de segundos.
Contemplou então
o tempo ruindo devagar,
regando a vida,
não sabia se prematuro
era o alarde.
Logo atrasou o luar,
e deixou a primavera pra mais tarde.