Rebentos de Mim
Eu dispersa fui vivendo a vida
Sem perceber que momentos
São jóias preciosas
Únicas
Que precisam ser vividos intensamente
Sorvidos a cada gota
Regados com o licor feito da ternura mais pura
Para serem deleitados em cada abraço
Em cada sorriso
Cada gargalhada
Para serem saboreados em conversas infindas
Para serem sentidos com a alma
Cuidados tal quais os recém nascidos
Porque momentos são eternos rebentos
Que chegam e se vão quando sai do ventre
É necessário estar alerto
Para que eles não sejam passageiros
De um caminho sem regresso
É preciso zelar por eles
Não fazer da sua chegada algo casual
Fui dispersa
O que fez
Do abraço apenas um único momento
Do sonho apenas uma estação passageira
Agora aqui
Que dó de mim
Que não entendi
Que precisava ter tecido a vida
Para que à cada dia ela se renovasse com as boas vindas
Do maravilhoso milagre da existência
Só agora sei que perdi
Tantos rebentos de mim