TOMEI O PAÍS EM ANDAMENTO
Cheguei ainda a tempo,
Tomei o país em andamento,
Numa velocidade descontrolada,
Com a dívida desmesurada.
Tenho de me agarrar
Para não sair do país,
Não sei que mal eu fiz,
Nem a quem me queixar.
Não sei quem manda,
São tantos os ministros,
Os secretários de estado sinistros,
Cheira mal que tresanda.
Não posso nada reclamar,
Corro o risco de ser punido,
E à prisão ir parar,
Se eu morder o isco.
Falar ou escrever é arriscado,
Serei certamente castigado,
E ficar interdito de protestar,
Para ser condenado evitar.
A velocidade do país
Diminuiu, é mais lenta.
À custa de água benta,
Não perderá a matriz.
Só me resta uma solução,
Deixar o país de vez,
Emigrar para o sertão,
Usando de sensatez.
Ruy Serrano - 19.07.2017