PODER DA CHUVA

Leva, chuva, lava, chuva

As pessoas, plantas, ruas

É um tipo de água benta

Tem no rio a vestimenta

Impetuosa, fértil e rica

Cai e meu peito palpita

Querida chuva, livra-me

Tira a angústia, irriga-me

Mas peço que deixe inteira

Da minha casa, suas telhas

Da minha vida, a esperança

Do meu amor, a lembrança

A água refresca e dissolve

Despeja no tacho de cobre

Dilui o sujo barro em lama

Limpa as portas da cabana

Podes lavar meus pesares

Quando me encharcares

Mas não apaga meu ideal

Que reluz na aurora boreal.