Cardo
Que meu choro seja calma
E que minh' alma nada sinta
Que meu sonho seja um rio
De uma vida não extinta.
E que nada se celebre
Mas que tudo se sucinta
Que se cesse toda a febre
De toda essa gente faminta.
E se eu me for, que vá então
Que vão não seja o meu suspiro
Findando na terra, no chão
O meu gélido gemido.
Que tudo o mais corra depressa
Dessa saudade que confessa
Que tudo que estou sentindo
É a dor do tempo partindo.