Peles se pedem

somos lua,

brilhamos ao sol

nos contrastes das peles,

te empresto sombra

para deixar de ser

peço por sua luz

para deixar de ser

me completa

ao som de um blues

troca de querer

são peles que se pedem

no amanhecer

vontades que não medem

tamanhos ou porquês

papo bom pra fazer canção

toque cadenciado

no corpo do violão

quatro mãos

duas garrafas de vinho

distração pelos caminhos

na manhã

você desperta

despindo

eu não dormi

pra não perder

a chance de ver você

sorrir

no meu olhar

como nuvem de chuva

temperando a terra

derramando do ar

suas cores

são luar

bela

em mim

aquarela

pondo fim

na fase dos olhares

minguantes

eu já havia esquecido

como funciona

um banho de chuva

orvalho

sol, som e libido

no desabrochar

de um dia lindo

dialogando contigo.

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 25/05/2017
Reeditado em 29/05/2017
Código do texto: T6009135
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