Tupis
Quando vejo/
Já estão morrendo/
Quando não estão pelo chão/
Comendo suas entranhas/
Vomitando suas vis paixões/
Estão em púlpitos/
Dizendo que as vossas esperanças/
Se fazem prostrados com o terço ou o dízimo nas mãos/
Porque já não consegues ver os teus filhos agonizando nas escolas/
Entrando e saindo das prisões/
Sepultados sob tantas vozes culpando, culpados de omissões/
As dores já são padrões/
Pra que lágrimas, se todos são pecadores/
Sob ordem a maioria ainda caminha sem direção/
Se realmente não abrirmos as janelas/
Se realmente não juntarmos nossas mãos/
Se ainda nos permitirmos tantas humilhações/
É capaz que essa carne viva/
Continue sangrando até a próxima eleição/
E como uma comedia/
Repetiremos o refrão/
De reclamar da situação nos portões/
E como apaixonados pelo mau caráter/
Haveremos sempre de ceder/
Por um amor, que não entendemos/
E sequer temos por nós mesmos/
Precisamos resistir/
Exigir mais do que parir num grito/
Temos que lutar/
Valorizando a única coisa que ainda nos resta/
Longe dessa hipocrisia social/
Que é a vida/
Numa liberdade brutal/