CAMARAGIBE ANTIGO

Ontem, no corre-corre das horas.

Esquecida pelo tumultuo de gente,

Era domingo dia de missa,

Sobe-se pela ladeira da gruta,

Desce pela ladeira do SESI,

Ainda criança no vice-versa das coisas.

Gente, mas que gente!

Gente que conheço, falo e vejo.

A casa do padre, a mercearia,

O bar, a sorveteria, a igreja...

Gente que sinto e que fala.

A praça reunião dos velhos sábios,

Aposentados, jovens e desocupados.

O clube Guarani e Penharol,

As casas a fábrica e o povo dali...

O colégio minha professora,

As crianças os amigos,

Vejo a gente das Aldeias, da Vila

Do Camaragibe e Tabatinga,

Sinto as montanhas que nascem,

As matas, os rios a queda d’agua...

O operário, o industrial no dia-a-dia,

As azeitoneiras, mangueiras e jaqueiras,

E nos rios das lavadeiras...

No problema de cada um,

A preocupação coletiva...

Se profunda se de respeito,

Um Camaragibe de cadeiras nas calçadas,

De passeio nas ruas a altas horas.

Um violino, um violão, um pandeiro,

Um saxofone, e uma voz...

As partes asfaltadas e as de terra batida...

Lembranças, lembranças da minha vida.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 16/04/2017
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