CAMARAGIBE ANTIGO
Ontem, no corre-corre das horas.
Esquecida pelo tumultuo de gente,
Era domingo dia de missa,
Sobe-se pela ladeira da gruta,
Desce pela ladeira do SESI,
Ainda criança no vice-versa das coisas.
Gente, mas que gente!
Gente que conheço, falo e vejo.
A casa do padre, a mercearia,
O bar, a sorveteria, a igreja...
Gente que sinto e que fala.
A praça reunião dos velhos sábios,
Aposentados, jovens e desocupados.
O clube Guarani e Penharol,
As casas a fábrica e o povo dali...
O colégio minha professora,
As crianças os amigos,
Vejo a gente das Aldeias, da Vila
Do Camaragibe e Tabatinga,
Sinto as montanhas que nascem,
As matas, os rios a queda d’agua...
O operário, o industrial no dia-a-dia,
As azeitoneiras, mangueiras e jaqueiras,
E nos rios das lavadeiras...
No problema de cada um,
A preocupação coletiva...
Se profunda se de respeito,
Um Camaragibe de cadeiras nas calçadas,
De passeio nas ruas a altas horas.
Um violino, um violão, um pandeiro,
Um saxofone, e uma voz...
As partes asfaltadas e as de terra batida...
Lembranças, lembranças da minha vida.