Síntese

As flores espelham as estrelas

Luzem no campo como cacos

De vidro caídos do céu –

O universo em fragmentos.

Primavera suspira.

Uma opressora leveza

Dobra todos os joelhos. Há uma reza

No engenho da noite.

Alguém flerta com uma ideia contrária

Aos princípios. O começo e o fim se fundem

Na lógica do horizonte.

Não há mais o ranger das diferenças.

Tomo a mão de outro como se fosse minha.

A voz da multidão na minha garganta

Permite o céu da boca cintilar:

Reconheço que todo desejo

É digno de existência.

Caio Batista
Enviado por Caio Batista em 03/04/2017
Reeditado em 06/04/2017
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