SOLO PERDIDO
O silêncio me faz voar,
em meio a viagens intermináveis,
caminhos ,desertos e pessoas...
eu cruzo e desaperecem,
no meio do nada...
o som do vento me assombra;
quando longe o último raio de sol desponta,
uma nuvem perdida no espaço...
sou pensamento louco!
desvairado...
sou canção sem público,
sou éco sem vozes,
sem ouvidos;
no infinito o finito de um sorriso sem graça,
tudo passa,é uma devassa;
o solo perdido de uma canção,
talvez sim, talvez não!
lá vai como pássaro e voa,
o som já não ecoa;
e aos gritos do silêncio,
minha alma implora!
me leve para onde mora!
mesmo num casebre sem portas ou janelas,
todo amor que semeei naqueles solos.
por que não se faz canção?
como disse o poeta,
esqueço para eles toda a festa;
mas para nós o amor ainda resta!
como solo de uma canção incompleta,
perdida.