MELHORA ALGUMA

Melhoras...

é o que me desejam as horas,

passando cada vez mais devagar.

Curtindo dores que sinalizam

o que as feridas cicatrizam

embora, teimem em sangrar.

Invólucro profanado, cortes profundos,

dissabores que não ostento, desprazeres imundos.

Desço ao inferno de meus fracassos,

deslizando abismo abaixo,

sem ter como conter meus passos.

Melhoras...

é o que me resta dessas demoras,

quando os movimentos cessam,

no instante em que eu deveria andar.

Tempo acabado - faltam-me espaços.

Inunda-me o pesar.

MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 12/03/2017
Reeditado em 30/12/2020
Código do texto: T5939176
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