Palhaço
Abra os lençóis e faça chover o riso
Feche os lençóis e recomeça o choro
Sorrisos é o que preciso
Na empreitada de viver o caminho novo
Meu palácio encantado fechou
Anoiteceu por noites sem que eu pegasse fôlego
Eu preciso do seu amor comigo ao menos um pouco
Para respirar sossego e me sentir em casa de novo
Eu sei que não sois ferro ou aço, só se fazes,
Porque o mundo não é fácil
Ele nem sempre é abraço dado
Mas eu também tenho carne e tenho osso,
Tenho pecado e tenho pedido
Sou humano e nem sempre sei o que preciso
Eu distribuí o riso àqueles que nunca
sequer saberão se eu rio ou senão
Você me trouxe a espada e eu lhe te trouxe flores
Às vezes pintamos de deserto as estradas
Quando a tristeza nos rende tumores
Eu sou de verdade, sou mensageiro da arte,
Posso ou não estar por toda a parte
Posso não ter o seu afago
Mas dessa dor eu retiro o meu quilate
Sou homem, sou humano, sou palhaço.