Amargura
 
Eu queria ser uma estátua de sal
Para não ter reações e nem sentimentos
Não me assustar e nem gritar
Não sorrir e nem chorar.
 
Uma estátua de mim parada no meu quintal
E quando chovesse, eu me dissolvesse
E escorresse inteira, sem nada sobrar,
Para o mar.
 
Eu queria que quando a maré subisse,
Feito espuma, eu flutuasse
Chegasse até a areia
E antes que o sol esquentasse
Um braço de mar me abraçasse
E me levasse pro fundo do mar.
 
Dolores Fender
26/01/2017
 
 
 
 
Dolores Fender
Enviado por Dolores Fender em 26/01/2017
Reeditado em 26/01/2017
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