Rebelião
pulsa o negro desejo
de caminhos esquecidos
lua que chora
e banha com suas lágrimas
minhas veste apodrecidas
olho dentro do rio
os peixes que boiam
depois
de mais um
derramamento de petróleo
risco um fósforo
para ver se tudo explode
corro como um louco pelas ruas-cinzentas
cuja poeira refresca
meu nariz amarelado
deixo o vento correr pelas minhas entranhas
deixo de manha
me entrego por completo
me deixo
relaxo o resto
cuspo em seu beijo
apodrecido tétrico
esqueço-me todo,
o retoque espanta,
espanca com seus sonhos
azuis-cristalinos,
e leva a mortificações
de todos os desejos.
sadio é estar repleto,
repleto sem tédio.