Shell
Espero dentro
Da minha casa, sem chuva ou vento,
Nesse estranho procedimento.
O tempo passa - sol ou fumaça -
E não importa que tempo faça.
Vem dia feio e,
Em meio a meio,
Dia bonito que não seduz.
Sou tartaruga
E espero quieto o dia certo
Que venha a luz.
Antigamente, não era não,
Eu era um homem cheio de ação.
Não valeu nada e, nesse estado,
Então me pus:
Sou tartaruga
E espero quieto o dia certo
Que venha a luz.
(Belo Horizonte, MG, 1969)