Beijo de camarão com alho e óleo
Olho com meu olho
O alho que queima no óleo
Sinto o cheiro dos oleodutos
Dos navios em mar alto
O camarão queima na boca do vento.
Frita de frio os pés da sereia
Que espera o camarão na areia
E derrete na sua boca cheia
Aquela inesperada ceia
O camarão derrete na boca do pensamento.
Surge enfim um beijo naquele frio
Todo o desejo da boca por algo frito
A língua se sente em labirinto
Escorrega no alho, óleo e infinito
O camarão some na boca do tempo.